sábado, 3 de agosto de 2013

PERIGO.... PAIS E EDUCADORES CUIDADO ! HÁ TEMPO PARA TUDO...

PERIGO.... PAIS E EDUCADORES CUIDADO ! HÁ TEMPO PARA TUDO...

“Tudo o que será aprendido deve ser disposto segundo a idade, para que nunca se ensine nada que não possa ser compreendido”. (Comenius – Didática Magna)

“O aprendizado depende do nível de desenvolvimento do indivíduo. Ele não pode aprender o que suas estruturas cognitivas ainda não podem absorver” (Piaget).

“Quando eu era criança falava como criança, sentia como criança, discorria como criança” (1 Co 13.11).

Hoje em dia, as crianças estão se comportando como se fossem “pequenos adultos”. Cada vez mais cedo, elas assumem responsabilidades, disputam posições em determinadas atividades, buscando múltiplas competências. Desprotegidas, recebem de forma direta a influência de uma sociedade que exige seres perfeitos.
Como se isso não fosse bastante, muitos pequenos sentem o peso das exigências de “gente grande” como a falta de dinheiro ou o problema do desemprego na família.
Esse seminário tem por objetivo questionar a adultização da criança nos dias atuais, discutir suas principais causas e consequências, e apontar a necessidade de mobilização de toda sociedade, especialmente a cristã, a fim de resgatarmos a infância perdida de nossas crianças. O que podemos fazer como cidadãos, pais e educadores cristãos, diante desse processo de adultização da infância? Afinal, o que é infância?
Até o século XVI, as crianças eram vistas como “adultos em miniatura”; símbolo da força do mal; um ser imperfeito esmagado pelo peso do pecado original, ou simplesmente um companheiro natural do adulto.
A idéia de infância ressurge fortemente com a sociedade capitalista, urbano-industrial, na medida em que muda a inserção e o papel social desempenhado pela criança na comunidade.
No decorrer dessas transformações e devido ao amadurecimento do pensamento social, a criança passou a conquistar seu reconhecimento na sociedade.
Na verdade, o que se fala hoje a respeito da infância não condiz com a realidade das nossas crianças, nem com o que fazemos com elas.
É preciso resgatar a verdadeira infância, na qual há um mundo de fantasia, imaginação, criatividade e brincadeiras. Aqui entra o papel do pedagogo cristão, pois como estimulador do conhecimento, poderá trazer para o espaço da escola dominical desafios e valores que conduzam seus alunos a descobrirem a verdadeira identidade da criança segundo os ensinamentos da Bíblia.
Elas precisam de tempo para crescer e pressioná-las a viver como adultas só produzirão seres com dificuldades, inseguranças e conflitos no futuro.
A história da criança não deve retroceder a um passado de isolamento, e sim estabelecer-se como a história de um sujeito possuidor de direitos, inclusive o direito de voz e o de não ser manipulado pelos adultos. Está-nos proposto o desafio: protegeremos a infância ou continuaremos a reproduzir os interesses de um sistema que insiste em nos dominar?
Pr. Marcos Tuler é pedagogo, escritor, conferencista e reitor da FAECAD (Faculdade de Ciência e Tecnologia da CGADB).