domingo, 27 de outubro de 2013

Adotar uma criança mais velha: O que está em jogo.



O que está em jogo ao adotar uma criança mais velha?

29 de Agosto, 2013 por Liberty Seguros

Um estudo sobre adoção tardia do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) conversou com 50 pais que adotaram crianças de dois a 17 anos e descobriu que, em 32% dos casos, os laços afetivos foram formados imediatamente, e em 30% essa relação foi gradual.
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Recentes dados divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revelam que no Brasil há atualmente cinco vezes mais famílias (29.440) aguardando na fila da adoção do que crianças e adolescentes que esperam ser adotados (5.426). Enquanto isso, apenas 1.987 pessoas foram adotadas nos últimos cinco anos. Os números mostram que não falta quem deseje adotar, e portanto não há motivo para que uma criança aguarde por tanto tempo ser integrada a uma família. Segundo a própria justiça, o processo é muito lento por causa da burocracia.

Prova disso é que um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizado em 2005 concluiu que apenas 10% das crianças que aguardam ser adotadas estariam judicialmente aptas para isso. Por isso, além do afeto, o processo de adoção exige, acima de tudo, muita responsabilidade por parte dos pais adotivos. Eles precisam não apenas ter paciência, mas pensar com cuidado nas restrições colocadas ao perfil da criança desejada, que acabam prolongando o processo.

A família adotante deve considerar estar aberta para crianças e adolescentes de qualquer idade, pois quanto mais tempo eles passam nos abrigos, menores as chances de serem adotados. Dos 27.437 interessados em adotar no Brasil, apenas 661 querem crianças e adolescentes de 8 a 17 anos de idade (o equivalente a menos de 3% do total). Famílias dispostas a adotar crianças sem qualquer restrição (de cor, idade e saúde, por exemplo), conseguem concluir o processo em menos tempo, em geral seis meses.

Um estudo sobre adoção tardia do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) conversou com 50 pais que adotaram crianças de dois a 17 anos e descobriu que, em 32% dos casos, os laços afetivos foram formados imediatamente, e em 30% essa relação foi gradual. Segundo a pesquisa, 72% dos filhos passaram a chamar de pai e mãe a família adotiva em até um mês de convivência. O estudo descobriu, ainda, que em 62% das histórias de adoção a criança ou jovem não passou por qualquer tipo de constrangimento ou discriminação na escola.

Com o objetivo de facilitar o processo de adoção e fazer com que as crianças permaneçam menos tempo em abrigos, o Brasil criou, em 2008, o Cadastro Nacional da Adoção (CNA), ferramenta do CNJ para sistematizar as informações de adoção e diminuir a distância entre crianças e os pretendentes. O país também sancionou, em 2009, a Lei Nacional da Adoção, que entre diversos pontos criou um mecanismo para impedir que crianças e jovens permaneçam mais de dois anos em serviços de acolhimento institucional ou familiar.

Agora também a família extensa (aqueles que não são pai e mãe, mas têm vínculo com a criança) tem mais facilidade para adotar, sem que seja necessário que a criança seja encaminhada a uma instituição antes. Além disso, mulheres registradas na previdência social (INSS) passam a ter direito à licença e ao salário-maternidade, com tempo proporcional à idade da criança adotada (até um ano, são 120 dias. De um a quatro anos, são 60 dias, e de quatro a oito, 30 dias).

Para candidatar-se como pai ou mãe adotivo, basta dirigir-se ao fórum da sua cidade ou região com seu RG e comprovante de residência.