domingo, 24 de fevereiro de 2013

Presentes não compensam ausência


Ao longo da minha jornada profissional tenho visto de tudo um pouco ( e às vezes muito de tudo). Sendo Pedagoga e Psicopedagoga, recebo crianças e familiares com as emoções e por vezes com a área psíquica esfaceladas em virtude da ausência sobretudo paterna. É lastimável não amar, não acompanhar o desenvolvimento de um(a) filho(a). Histórias tristes se repetem na sala em que atendo e o que eu posso fazer a princípio é ouvir, pois a escuta é um dos atributos da Psicopedagogia. São histórias de pais que deixaram seus filhos com suas mães, ou avós, ou ainda tios e tias; simplesmente não querem os filhos e filhas concebidos à revelia de seus genitores. Planejados ou não são pessoas cujas as histórias têm as suas rotas alteradas devido a ausência de um pai e tudo que ele representa no íntimo de uma criança ou adolescente. Isso é desolador: notas baixas nas matérias e comportamentos desajustados por causa da ausência paterna, comumente é imperceptível, mas é a mais pura verdade, temos uma influência muito grande na vida das outras pessoas, assim diz Gonzaguinha: "Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas". Um conto triste: duas meninas estudantes estavam brigando dentro da escola conseguindo separá-las levaram-nas à minha sala e uma disse: " - Eu vou chamar o meu pai para ele vir aqui" - A outra menina abaixou a cabeça por uns instantes e depois disse: "- E eu vou chamar o meu, ele também vem aqui" - Nesse momento nós que trabalhamos na escola nos comovemos, pois sabíamos que a menina que abaixou a cabeça tristemente tinha sido abandonada pelo pai, ela apenas não quis se sentir mais humilhada ainda...
Presentes e passeios ofertados pelos parentes que assumem a responsabilidade dos que foram deixados para trás por seus pais não compensam esta ausência.
Abaixo um filme muito bom sobre a paternidade honrosa, amorosa, sincera. É um filme ótimo, assistam - "Corajosos".